O que é que a cultura pretende? Tornar o infinito compreensível. (Umberto Eco)
A cultura é para todos! De tanto dita e escrita, esta afirmação tornou-se um lugar-comum que cabe em qualquer discurso e que fica sempre bem nos textos institucionais como este. Mas será de facto assim?
Na nossa Constituição da República, no seu artigo 73º afirma-se que «todos têm direito à educação e à cultura» e que «o Estado promove a democratização da cultura, incentivando e assegurando o acesso de todos os cidadãos à fruição e criação cultural (…)». No entanto é sabido que ainda existem pessoas, nomeadamente crianças, jovens, idosos sem qualquer contacto e acesso ao que designamos por cultura, aqui entendida na multiplicidade das suas manifestações: música, dança, literatura, artes plásticas, cinema, performance, fotografia, teatro, arquitectura, design, multimédia e tantas outras expressões.
No seu discurso na Assembleia Constituinte em 1975, Sophia de Mello Breyner Andresen dizia que «(…) a cultura não é um luxo de privilegiados, mas uma necessidade fundamental de todos os homens e de todas as comunidades. A cultura não existe para enfeitar a vida, mas sim para a transformar – para que o homem possa construir e construir-se em consciência, em verdade e liberdade e em justiça (…)».
A cultura é essencial à construção de cada um de nós na sua individualidade, única e irreproduzível.
Não há desígnio mais nobre, incisivo e mobilizador do que a construção, pela cultura, de uma comunidade de comunidades como é a nossa; propósito fundamental como só a cultura o pode ser, assumida como caminho estrutural basilar para o Município de Faro nas suas opções de planeamento da cidade, do seu território do presente e do futuro. Ao Município, juntamente com todos as cidadãs e cidadãos de Faro, cabe estabelecer as bases, os caminhos que queremos, juntos, percorrer a todos os níveis da vida em sociedade; mas, na cultura, cabe a todas as pessoas fazer esse caminho.
A estratégia cultural municipal para os próximos 10 anos foi construída com muitos e, com o tempo, vai ser acrescentada, modificada, transformada e vivida por todos.
A Cultura em Faro é, tem que ser, e vai ser, efectivamente para todos!
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